No Maranhão, o índice de
analfabetismo é 50% maior entre os negros, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). O índice mostra que, apesar de alguns avanços
nas políticas públicas, a população negra ainda sofre com a desigualdade, demonstrada
por meio das estatísticas quase sempre desfavoráveis.
Para a antropóloga Maria de
Lourdes Siqueira, a desigualdade é uma marca do processo colonial escravista.
"O processo colonial escravista marcou tão profundamente a população
brasileira que ainda não é fácil para a pessoa negra se sentir à vontade sendo
negra. Isso demanda um processo de tomada de consciência, de formação, para
ganhar auto-estima, para ter consciência de dignidade", explicou.
A juíza estadual, Oriana Gomes,
alerta para os crimes de racismo ou injúrias raciais. Segundo ela, isso
continua ocorrendo com frequência porque grande parte das vítimas deixa de
denunciar. "Na injúria racial, você ofende a pessoa e o objetivismo da
pessoa. No racismo, você ofende a raça. A distinção disso é bem grande. Se uma
criança tem direito a entrar na escola e é repudiada por isso, isto é crime de
racismo, que é inafiançável", explicou a magistrada.
Fonte:
G1 Maranhão.
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