quinta-feira, 14 de novembro de 2013

RÁDIO COMUNITÁRIA BACANGA FM COMPLETA 15 ANOS

Primeira rádio comunitária na região metropolitana de São Luís, a Bacanga FM preparou uma programação especial para celebrar os 15 anos de vida e luta por uma comunicação democrática no Maranhão.
Nubia, Ed Wilson  e Roberto Nilton comandam um dos programas de maior audiência na Bacanga FM


A festa será realizada dia 15 (sexta-feira), a partir as 17h, na praça do Anjo da Guarda.
 
O aniversário será animado pelos DJs da emissora e show especial de Roberto Ricci, além da banda Alta Tensão e do grupo Sambaiando. O cantor e compositor Cesar Teixeira deve participar do evento.
 
Os ouvintes a emissora serão contemplados com sorteio de brindes e prêmios. 
 
A festa é dupla. Além dos 15 anos da emissora, comemoram-se também os 45 anos de fundação do bairro Anjo da Guarda, um dos mais tradicionais de São Luís.

A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão congratula-se com toda a equipe da emissora, seus apoiadores e ouvintes, desejando sucesso e novas conquistas.

O presidente da Abraço, um os fundadores e diretor da Bacanga FM, Luis Augusto Silva Nascimento, ressaltou que a emissora cumpre um importante papel no cenário da luta pela democratização da comunicação no Maranhão e especialmente como uma emissora vinculada às lutas da área Itaqui-Bacanga.
 
Conquista Democrática

A história da Bacanga FM mescla-se à organização do movimento de rádios comunitárias no Maranhão. Uma das pioneiras na região metropolitana de São Luís, a rádio começou como sistema de som (alto falante) vinculado à igreja Nossa Senhora da Penha, no Anjo da Guarda.
 
Inserida e aceita na comunidade, a iniciativa avançou para a implantação de uma emissora FM, após a publicação da Lei 9.612/98, que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária.
 
Apesar de ser uma emissora de referência, a Bacanga levou 10 anos para ser autorizada pelo Ministério das Comunicações, após enfrentar uma sequência de atos repressivos da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e da Polícia Federal.

A rádio Bacanga foi lacrada e teve os equipamentos apreendidos várias vezes, mas sempre resistiu à repressão, até conquistar a outorga para o funcionamento regular.

Recentemente a emissora renovou a outorga e está autorizada a funcionar por mais 10 anos, quando passará por novo processo de renovação.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

TV Brasil entra em greve, e sindicalistas relatam intimidação

Funcionários da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), mantenedora da emissora pública TV Brasil, entraram em greve às 16h de hoje (7). A decisão foi tomada em assembleia realizada na terça (5), após várias tentativas de acordo com a direção.
 
A greve atinge, além da TV Brasil, a Rádio MEC e a Agência Brasil, agência de notícias oficial do governo federal. A EBC é subordinada diretamente à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A empresa é responsável ainda por produzir a Voz do Brasil, um noticiário estatal que vai ao ar em praticamente todas as emissoras de rádio.
 
Segundo sindicalistas, a paralisação atinge as instalações do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e São Luís. Nas quatro cidades, trabalham cerca de 2.000 pessoas. Os sindicalistas ainda não têm estimativas de adesão à paralisação.
 
A TV Brasil continua no ar, sem nenhum problema aparente até o momento.
 
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 5,86% (o equivalente ao IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mais R$ 400 de aumento linear para todos os funcionários. Pedem também 12% de reajuste no auxílio-alimentação, criação do auxílio-educação para funcionários que têm filhos de até 17 anos e adicional no salário para quem tem graduação e pós-graduação.
 
A EBC ofereceu reajuste real de 0,5% sobre o salário dos funcionários _em alguns casos, esse aumento equivale a R$ 9. A proposta foi recusada pela maioria dos funcionários que compareceram a assembleia. 
 
Há relatos de clima tenso e de intimidação por parte da direção da EBC. Muitos funcionários evitam falar sobre o assunto publicamente. O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro acusou a direção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) de divulgar uma "nota interna falaciosa sobre a greve".
 
Em nota, a EBC negou a acusação e se disse surpresa pela deflagração da greve de seus empregados.
 
"Durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014, a empresa em nenhum momento se posicionou de forma a prejudicar os seus empregados. Pelo contrário, sempre concordou com a necessidade de preservação do poder de compra dos salários e benefícios sociais", diz na nota.
 
A empresa informou ainda que "considera ilegítimo o modo como foi deflagrada e anunciada a greve de seus empregados".
 
Uma nova assembleia está agendada para esta sexta (8) para a decisão pela continuidade ou não da greve.
 
Fonte: UOL Notícias

O PERIGO SOCIAL


 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Avanço da classe C não melhora vida nas favelas, aponta IBGE

Apesar do avanço da renda da classe C nos últimos anos e do crescente acesso ao mercado de consumo e crédito, um fosso ainda separava os moradores de favelas e de outras áreas das cidades do país em 2010, de acordo com dados do Censo do IBGE divulgados nesta quarta-feira (6).
Eles tinham rendimento mais baixo, nível de instrução menor e estavam mais sujeitos à informalidade no mercado e trabalho. Em suas casas, alguns bens como computador com internet e automóvel também eram menos presentes.
Talvez resida na educação o maior abismo: enquanto 14,7% da população de outras áreas tinha concluído o ensino superior, nos chamados aglomerados subnormais (favelas, palafitas, cortiços e outros tipos de conjuntos de habitações precárias) esse percentual era de apenas 1,6%.
Na renda, a disparidade também ficava evidente: 31,6% dos moradores de comunidades carentes tinham rendimento familiar per capital menor do que meio salário mínimo, contra 13,8% da população de outras áreas. A informalidade também era mais elevada: 27,8% dos moradores de favelas trabalhavam sem carteira assinada. O percentual fica restrito a 20,5% dos ocupados que moraram fora dessas áreas degradadas.
De acordo com o IBGE, 11,4 milhões de pessoas viviam em favelas em todo o Brasil em 2010. Eram 6.329 comunidades, distribuídas em 232 cidades brasileiras. Trata-se ainda, segundo o instituto, de um fenômeno é tipicamente metropolitano.
 
As cinco maiores regiões regiões metropolitanas brasileiras concentravam 59,3% dos moradores de favelas de todo o país. Desse total, 18,9% viviam na Grande
São Paulo e 14,9% no Rio de Janeiro e nas cidades do seu entorno metropolitano. As demais regiões na lista das cinco eram Belém, Salvador e Recife
 
Segundo Maria Amélia Villanova, técnica do IBGE, a ocupação de favelas é um processo histórico no país e se deu de modo diferente nas diversas regiões brasileiras, mas sempre caracterizado pela presença de população mais pobre e em moradias sem as mesmas condições de outras áreas, com acesso mais difícil, sem infraestrutura adequada em muitas localidades e, em geral, sem posse irregular do terreno ou imóvel.
Porém, diz, existem algumas diferenças regiões no tipo de ocupação do solo. Em São Paulo, por exemplo, as favelas predominam na periferia. Já no Rio, as comunidades mais antigas se formaram nas regiões central, na zona sul e da zona norte (especialmente na área mais perto do centro, como Estácio e Tijuca) em morros e encostas.
Os dados mostram ainda que em 72,6% dos domicílios em favelas não tinham espaçamento entre si, formando um grande bloco de casas ou pequenos edifícios. Em 64% das mordias, havia apenas um pavimento construído. "Os aglomerados subnormais tendem a ser mais densamente ocupados do que o resto das cidades", disse Maria Amélia Villanova, técnica do IBGE.
Na capital paulista, a densidade demográfica em favelas era de 297 habitantes por hectare (cada hectare equivale a 10 mil metros quadrados). Nas favelas do Rio, por exemplo, a densidade era menor: 257 habitantes por hectare.
Em todo o país, a maior parte das favelas está em área plana (52,5%), embora 19,7% das comunidades se situavam em encostas bastante inclinadas - um dado que em quase toda a temporada de chuvas de verão se traduz em deslizamentos de casas e frequentemente em mortes. A região Sudeste concentrava a maioria das favelas - 55,5% das 6,3 mil comunidades instaladas no país.
Rute Imanishi, pesquisadora do Ipea especializada no tema, disse que "a opção de morar nas favelas foi a que restou" às famílias de renda mais baixa que queriam ter acesso a serviços públicos de melhor qualidade (saúde e educação em especial) e morar mais perto do trabalho diante do elevado custo de moradia nas maiores capitais do país.
"É muito caro morar em cidades como Rio e São Paulo. A alternativa barata seria viver muito mais longe, mas cidades nas "franjas" dessas regiões metropolitanas, em cidades muito afastadas e com serviços igualmente ou até mais precários do que nas favelas."
Além disso, afirma, muitos moradores criam cômodos para alugar e geram uma renda extra morando em favelas. Permitem ainda que filhos e outros parentes construam "na laje" ou no mesmo terreno. Se não estivessem em comunidades, não seria tão fácil construir e "verticalizar" suas moradias em áreas regulares sob fiscalização das prefeituras.