O governo do Maranhão adiou as licitações para compra de alimentos para as
duas residências oficiais. Os novos pregões não têm data para acontecer. Em meio
ao caos em presídios, o Estado previa gastar R$ 1 milhão para alimentar a
família Sarney e seus convidados até o fim do ano.
A coluna "Painel", da Folha, revelou na
edição de ontem (08) que a lista de compras incluía 80 kg de lagosta fresca,
uma tonelada e meia de camarão e oito sabores de sorvete.
O pacote para os palácios maranhenses também incluía 750 kg de patinha de
caranguejo, por R$ 39 mil. O governo do Estado compraria ainda duas toneladas de
peixe e mais de cinco toneladas de carne bovina e suína.
As residências oficiais receberiam 50 caixas de bombom e 30 pacotes de
biscoito champanhe. Outro item curioso: R$ 108 mil em ração para peixes.
O edital ainda previa a compra de 2.500 garrafas de 1 litro de "refrigerante
rosado" com "água gaseificada, açúcar e extrato de guaraná". Descrição sob
medida para a compra do guaraná Jesus, bebida famosa do Maranhão.
Com tantas encomendas, o governo faria duas licitações para escolher os
fornecedores. O primeiro pregão, de R$ 617 mil, estava marcado para hoje às
14h30. O segundo estava agendado para esta sexta-feira.
As iguarias deveriam ser entregues na residência oficial e na casa de praia
usada pela governadora.
A Folha visitou um dos presídios superlotados de São Luís. São cerca
de 200 homens, o dobro da capacidade. A comida dos presos se limita a arroz e
galinha crua. Uma chapa no chão da cadeia funciona como fogão para os presos
terminarem de cozinhar o frango para conseguir comer.
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